terça-feira, 25 de novembro de 2008

Agências de Notícias

ERBOLATO, Mário L. Técnicas de codificação em jornalismo: redação, captação e edição no jornal diário. Petrópolis: Vozes, 1978. Técnicas de Decodificação em Jornalismo (256 páginas), de Mário de Lucca Erbolato, publicado (1978) pela Editora Vozes de Petrópolis, é uma obra composta de 13 capítulos. Entre eles, ressaltam-se: O Progresso do Jornalismo; As Categorias do Jornalismo; Notícia, matéria-prima do jornalismo; O arquivo; Redação; A linguagem jornalística; O manual de redação; Legibilidade e compreensibilidade; A entrevista; A reportagem, Pauta e fontes do noticiário; Agências; O trabalho na redação; Editoriais; O clássico tripé: administração, redação e oficinas. A obra de Mário Erbolato tem como objeto o discurso sobre a origem e o desenvolvimento das agências. Ele procura dar respostas às questões que se referem às agências, "qual o significado de agências suas classificações e o processo de informação contemporânea? ” como as agências funcionam nos dias atuais"? ocupa-se o autor a descrever o principio das agências de noticias, como se deu esse desenvolvimento nos meios de comunicação e a facilidade que as agências trouxe para os veículos de comunicação. O autor adota a perspectiva de que as agências de notícias surgiram devido à expansão do capitalismo, o apogeu dos estados-nação na Europa, o consumo cada vez mais crescente da imprensa e a inclusão das novas tecnologias de comunicação. Devido à necessidade da sociedade do século XIX de conhecer coisas as notícias eram produzidas em maior quantidade e com maior rapidez em lugares distantes, naquele período não existiam recursos humanos e técnicos que dessem condições de cobrir todas as informações então foi necessária a criação de entidades que copiassem as notícias que ocorressem em uma área mais próxima. Com o desenvolvimento tecnológico o número de informações chegou a lugares cada vez mais longínquos e em maior volume, pois as agências se faziam presentes nos pontos de interesses informativos. Virilio afirma que a notícia transformou em mercadoria e reforça a idéia de que sobre a ótica do “tempo real” isto se torna mais presente “A informação só tem valor pela rapidez de sua difusão, ou melhor, a velocidade é a própria informação”. (VIRILIO, 1999, p.109). Erbolato ressalta a importância das fontes de informação no processo da produção de notícia, analisando que as agências também podem ser consideradas como fontes de informação, uma vez que os jornais utilizam os conteúdos jornalísticos das agências para complementarem as notícias produzidas pela redação do jornal ou reproduzirem as matérias provenientes desta. Entre outros, o leitor vai deparar com autores citados como Marshall Mcluhan, Domenico e Gregório, Carlos Rizzini. Mário Erbolato diz que a Unesco define as agências de informação como empresas que têm como principal objetivo, obter notícias e documentação de atualidades, que sirvam para exprimir ou representar os fatos. Ele examina nesse texto também, a classificação das agências como meios de informação indiretos, pois as notícias que divulgam não vão diretamente para os leitores, mas sim aos jornais, que se encarregam de fazer chegar aos receptores. A contribuição do texto é no sentido de complexificar o tema, ampliar o grau e a abrangência das discussões e preocupar um pouco mais não somente a categoria dos jornalistas, mas também fontes, público, proprietários e controladores dos meios. O livro Técnicas de codificação em jornalismo é dirigido especificamente a jornalistas, estudiosos da área e a estudantes de jornalismo. É uma obra que vale a pena esquadrinhar porque podemos tirar dela pontos que muito acrescentarão para um possível debate sobre agências de notícias.

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