terça-feira, 25 de novembro de 2008

Editorial

Os números são impressionantes. Em Santa Catarina a tragédia parece estar longe de ter um fim. Já chega a 72 o número de mortos no drama causado pelas chuvas. A dádiva virou problema para a população do estado que se encontra em calamidade pública. O Governo Estadual pediu ajuda ao Governo Federal porque a situação se torna mais crítica a cada minuto que se passa. De acordo com a Defesa Civil do Estado, somam até o dia 25 de novembro, 22.882 desabrigados - pessoas que perderam tudo e precisam dos abrigos públicos. Os desalojados chegam a 31.027 - os que podem contar com ajuda de vizinhos e familiares -, além de 30 desaparecidos e oito cidades isoladas. Saindo do sul do Brasil e chegando ao sertão da Bahia, a tragédia parece estar batendo nas portas feirenses. Hoje (25.11) a cidade não suportou a chuva de início de verão. As ruas alagaram instantaneamente. A falta de estrutura física, como saneamento básico mostrou que a cidade não está preparada para suportar uma chuva. Se o sistema de esgoto é precário, a educação da população é mais ainda. Enquanto as águas tentavam encontrar a saída, o lixo urbano boiava nas águas escuras e fétidas. Por mais que tragédias naturais aconteçam, tanto a administração das localidades quanto a comunidade precisam ter consciência e realizar mudanças. A primeira seria na infra-estrutura. Adequar o sistema de esgoto e preparar os municípios para estas desavenças da natureza. E a segunda, saber que lugar de lixo é na lixeira e não nas vias urbanas. Mas porque temos sempre que deparar com os mesmos problemas? Será possível que nossos governantes não aprendem no dia-a-dia que as dificuldades brasileiras existem e estão à tona? Não podemos culpar a ordem do tempo, afinal este é um fenômeno automático. E o físico, com quem fica a responsabilidade? Enquanto isso não ocorre, e talvez nunca haja mudança neste país, vidas serão perdidas pela ordem física. Cabe aos Governos uma mobilização para prevenir tantas tragédias neste país tão pobre e que possui uma população tão sofrida, através de políticas públicas profiláticas,. Jamais poderemos culpar os fenômenos, mas sim cobrar de nossos 'governantes', práticas e soluções para as eventualidades.

Nenhum comentário: