quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Feira de Santana é umas das cidades mais ricas em Literatura de Cordel

A Literatura de Cordel é uma manifestação folclórica muito expressiva no Brasil. No Nordeste é vendida em feiras, onde se encontram o artesanato, as comidas regionais, danças, cantos e outras atividades, a maioria comercializada em barracas. A literatura de cordel, foi no passado o grande veículo de comunicação do povo nordestino, enfrentou um período de esquecimento e hoje vive um momento de revitalização com vários autores divulgando seus trabalhos em jornais, revistas, tvs, internet, rádios, através de grupos musicais, em livrarias, bancas de revistas e, principalmente, no ambiente escolar, que é o território ideal para o resgate dessa manifestação do povo. De acordo com o cordelista e jornalista Franklin Maxado o cordel sofreu muitas transformações para se adaptar ao mundo contemporâneo. “Meu primeiro contato com o cordel foi nas feiras da cidade de Feira de Santana, os poetas nordestinos, pernambucanos, paraibanos vinham vender livros aqui e eu ficava seduzido e abismado com as rodas que eles faziam e cantavam com folhetos antigos, ou seja, o cordel estar impregnado em mim desde pequeno”. Ele complementa que em 33 anos de poeta profissional em cordel, já expôs seu trabalho na bienal internacional do livro, bienal de arte e em vários lugares do Brasil. “Não é raro encontrar um feirense que fez história no cordelismo brasileiro”, diz Franklin. E esta afirmação pode ser facilmente comprovada, basta uma rápida visita pelo Museu “Casa do Sertão” ou uma passagem pela rodoviária de Feira de Santana, onde as paredes do local são ilustradas por histórias criadas por cordelistas. Além de Franklin Maxado, Juraci Dórea é outro feirense bem conhecido no mundo do cordel, inclusive em outros países como Itália e Espanha onde a Literatura de Cordel é bem cultuada. Em cidades como Havana e Veneza, Juraci Dórea é conhecido como um dos melhores autores dos últimos tempos e exposições com suas obras são realizadas com freqüência.O cordelista ressalta que suas obras têm fortes ligações com o sertão, mas especificamente reflete os aspectos da civilização do couro, cujos vestígios ainda estão presentes na região de Feira de Santana, onde o artista reside. “Comecei escrever cordel desde fevereiro de 1998, primeiramente como uma brincadeira, inspirado nos versos de repentistas e declamadores, nas cantorias, despertando maior interesse para elaborar meus versos com rima, métrica, dentro das diversas modalidades da cultura popular (quadra, sextilha, décima, martelo, etc). Os temas eram escolhidos de momento, notadamente sobre coisas do sertão (o lugar onde nasci, o rio, o roçado, os passarinhos, os costumes, as comidas típicas).” disse Juraci Dórea. Segundo o professor e cordelista Antonio Barreto, o Ministério da Educação está orientando as escolas de ensinos fundamental e médio de todo o país a trabalharem com a literatura de cordel dentro da sala de aula. “É muito importante desenvolver o tema, divulgando a cultura popular, atualmente estou trabalhando com alunos do 2º grau e utilizo o cordel como instrumento pedagógico”, comenta Antonio Barreto.
A importância do Cordel
A literatura de cordel é importante para aproximar o povo de sua cultura de uma forma divertida e interessante. Por ser um texto mais popular e de fácil absorção, esta literatura estar sendo cada vez mais engrandecida devido a novos cordéis não só em livretos, como também em livros reunindo versos sobre assuntos variados. Essa Literatura forma uma coletânea instrutiva, devendo ser mais prestigiada, apoiada, valorizada, incentivada e indicada em todas as escolas do País, empresas, setores, visto ser uma atividade, disciplina básica que certamente contribui para o desenvolvimento do talento das pessoas, e engrandecimento da cultura brasileira.

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