terça-feira, 25 de novembro de 2008

Por quê os bebês nascem com Síndrome de Down?

A Síndrome de Down é uma anomalia genética ocorrida nos cromossomos das células do organismo. Esta anormalidade foi descoberta pelo médico inglês Jonh Langdon Down em 1866, e seu portador tem um atraso no desenvolvimento mental e motor. Ele possui um cromossomo a mais do que as outras pessoas. A síndrome ocorre quando existe um cromossomo número 21 a mais no DNA. Cada célula de um corpo, dito pela ciência como normal, possui 46 cromossomos iguais, sendo 23 pares dentro de cada célula. Na anomalia, um desses cromossomos é alterado e o portador dela possui três cromossomos 21, ao invés de dois, o que gera a soma de 47 cromossomos. Isto é denominado pela ciência como Trissomia 21 e resulta na Síndrome de Down. Quem dá as explicações sobre o comportamento dos portadores é a responsável pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Feira de Santana (APAE), Mary Portugal: “Ao nascer, esses bebês são mais calmos, tem dificuldade de sugar, engolir, equilibrar a cabeça e controlar os movimentos dos braços e das pernas. Eles também possuem a língua protusa, ou seja, posta para fora da boca, e têm maiores facilidades em desenvolver doenças no coração.”
TIPOS Existem três tipos decorrentes da Síndrome de Down. A mais comum é a chamada Trissomia 21 Padrão, em que o material genético extra está no par de cromossomos 21. Um outro tipo, o Translocação, ocorre quando o cromossomo 21 extra rompe e se fixa em outro cromossomo. O terceiro tipo, denominado Mosaico, é raro e ocorre quando algumas células do corpo têm a Trissomia 21 e outras não. A APAE desenvolve uma série de atividades lúdicas para o entretenimento e desenvolvimento social daqueles que possuem a anomalia genética. Na sede da entidade, os excepcionais praticam atividades esportivas como futebol e natação, além de exercícios de raciocínio lógico com brinquedos educativos. Desenvolver as potencialidades é a finalidade da APAE. “Nós os estimulamos para que possam aprender e se desenvolver dentro da sociedade. O preconceito é difícil de ser eliminado, mas lutamos junto com as famílias dos excepcionais para que eles estejam em evidência em atividades diversificadas”, afirmou a diretora e fisioterapeuta da APAE em Feira de Santana, Mary Portugal.
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS A identificação desta anomalia é percebível geralmente no nascimento ou com pouco tempo depois do parto. Os portadores possuem traços faciais pequenos, rosto achatado e dedos curtos. Para comprovar a síndrome, o médico solicita um exame genético, o cariótipo. Nesta análise laboratorial se comprova a existência extra do cromossomo 21, o que causa a Síndrome de Down. “Ele tem capacidades de aprendizado, mas precisam ser educados de forma diferente. Apesar das alterações nas células e das modificações na estética, o portador pode e deve ser integrado à sociedade como quaisquer outros indivíduos”, pontua Mary.
CUIDADOS A criança portadora da síndrome precisa de cuidados redobrados e de um acompanhamento intenso de um médico para o seu desenvolvimento sócio-ambiental e de tratamento profilático que evita complicações como epilepsia. Maria Clara Férrer Bessa, de cinco anos, possui síndrome de down. A mãe dela, Rosângela Férrer Bessa recebeu a notícia que a filha dela tinha a anomalia logo que Clara nasceu. “Foi um choque. No pré-natal não acusou nenhum indício que minha filha teria a Síndrome de Down, mas não é por isso que eu não a ame e cuide bem dela todos os dias e o dia todo”, conta Rosângela. Samuel Cardoso, de 29 anos, é funcionário público e também portador da síndrome. Segundo ele, o preconceito existe e chega a ser constrangedor. “Às vezes, as pessoas nas ruas comentam que somos doentes, quando na verdade temos uma alteração na genética de nossas células. Somos humanos, possuímos direitos e deveres, temos momentos de alegria, tristeza, angústia e prazer como qualquer mortal”, explica Samuel.

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