quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Qual o valor do seu cheque nas eleições?

Votar, em qualquer lugar do mundo, é passar um cheque assinado e em branco para o candidato. Depois de eleito, ele pode colocar o valor que decidir sem fazer uma consulta prévia aos verdadeiros donos da ordem de pagamento, o povo. Por causa da falta de diálogo entre representantes e representados, muitas vezes, o benefício das obras do governo não chegam à comunidade. Nesse momento, o eleitor, aquele que depositou sua confiança no candidato, se decepciona com os políticos e solta o jargão – todos eles são corruptos. Como forma de mostrar o descontentamento com os políticos, os eleitores não buscam eleger um candidato e votam em branco ou nulo. Esses dão o cheque assinado, em branco e com os olhos vendados para não ver quem é o receptor. Todos sabem que os votos válidos que elegem um candidato. Mas, quanto maior a quantidade de votos brancos e nulos, mais peso têm os votos válidos. Assim, o eleitor vota branco por não querer votar nos favoritos e na verdade o que acontece é que os percentuais deles acabam crescendo. A população, que é a dona do cheque se desloca de suas moradias para ir às urnas depositar, através do voto, o seu anseio e as suas necessidades. Será que votar em um país como o Brasil, que o governo não aplaude a democracia, é exercer seu papel de cidadão? Para boa parte dos 128 milhões que votaram nas eleições de outubro de 2008 essa resposta é negativa. O povo não acredita nas ações dos políticos. Por isso, muitas pessoas se perguntam se vale a pena dar o seu voto para um candidato que, provavelmente, não vá fazer nada para beneficiar a comunidade. Vivemos, hoje, em um momento em que a política é questionada, pois, ela é confundida com as ações dos políticos profissionais, principalmente, pelos maus políticos. Para minimizar as conseqüências dos votos branco, nulo e até mesmo de alguns válidos, a população precisa estar de olhos abertos para conferir todos os movimentos do candidato para quem ela deu o cheque. Fiscalizar o governo é o papel do povo. Além de fiscalizar, a população precisa analisar de forma crítica cada candidato antes de ir às urnas confirmar sua decisão. Nesse momento, todas as fontes são válidas. Ler Jornais, revistas, conversar com os amigos. É necessário ter um olho crítico para avaliar e não ter que esperar mais quatro anos para melhorar a condição social, econômica e cultural do país. Ter um olho crítico significa observar de onde vem a informação, o que ela diz concretamente, se eventuais acusações ou adjetivações são reais. Porque, muitas vezes, os candidatos dizem o que querem e os repórteres simplesmente transcrevem, sem maior apuração. Isso acontece muito quando os candidatos falam em números. Político adora números. Jornalistas também, mas poucos têm a disciplina de verificá-los. Às vezes, a notícia é o adjetivo atribuído por um candidato a outro. Informação zero. Mas muitas vezes os jornais fazem boas reportagens sobre política, bem apuradas e documentadas. Essas reportagens costumam causar menos impacto que os adjetivos, mas contêm mais informação importante para avaliar os candidatos.

Nenhum comentário: