quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Agências de Notícias

Técnicas de Decodificação em Jornalismo (213 páginas), de Mário de Lucca Erbolato, publicado (1978) pela Editoras Vozes de Petrópolis, é uma obra composta de 13 capítulos. Entre eles, ressaltam-se: O Progresso do Jornalismo; As Categorias do Jornalismo; Notícia, matéria-prima do jornalismo; O arquivo; Redação; A linguagem jornalística; O manual de redação; Legibilidade e compreensibilidade; A entrevista; A reportagem, Pauta e fontes do noticiário; Agências; O trabalho na redação; Editoriais; O clássico tripé: administração, redação e oficinas. A obra de Mário no capítulo 10, Agências de Noticias, discute o jornalismo em alta velocidade; as primeiras agências; as agências mundiais de informação; o processo da informação contemporânea; como trabalham as agências e cabeça tabulada. O autor fala dos conceitos, classificações de acordo com a sua organização jurídica e finalidades e os pontos fundamentais do processo de informação contemporânea, segundo Roger Clause. Ainda dentro do conceito, surge Marshall Mcluhan que diz que o mundo se tornou uma aldeia global, o desenvolvimento dos meios de comunicação veio facilitar aos jornais a publicação, limitada ás possibilidades do tempo e do espaço, de milhares de notícias referentes ao país e ao exterior. “Agências de notícias são classificadas como meios indiretos de informação, porque as notícias que as divulgam não vão diretamente para os leitores, mas sim aos jornais (e também ás emissoras de rádio e de televisão), que se encarregam de fazê-las chegar aos receptores. Excepcionalmente, porém, elas podem se transformar em um meio direto, quando os serviços noticiosos são assinados por instituições públicas ou privados, não-jornalísticas”. (Marshall Mcluhan, p.197). A obra apresenta uma diferença enorme entre duas épocas. Das escassas e atrasadas notícias que podiam ser alcançada com dificuldades no século passado e exigido esforço físico terrível por parte dos repórteres. Chegamos á atualidade, quando o fluxo de telegramas é intenso e ininterrupto, e a imprensa pode dar-se ao luxo de aproveitar apenas 30 ou 40 por cento das informações que chegam as redações. Quanto á sua disposição jurídica e finalidades, as agências podem receber algumas classificações, enquadrando-se em apenas uma ou em várias delas: particulares, cooperativas, estatais, gerais, especializadas, de atualidades fotográficas, de artigos, nacionais e internacionais. Segundo Roger Clause, no processo da informação contemporânea, há oito questões principais: o acontecimento, a obtenção de dados pelo repórter, transmissão dos informes á agência noticiosa, redação do telegrama, distribuição da matéria aos jornais, recepção pelos jornais, difusão do jornal e a reação dos leitores, diante do impacto. “Um fato só começa a se transformar em notícias quando o jornalista inicia a coleta de dados, tomando notas ou fotografando, filmando e gravando”. (Roger Clause, p.206). Os despachos das agências em geral são classificados: flash, ou primeiro anúncio de um acontecimento importante, texto resumido, difundido imediatamente; boletim, que é apuração do flash, um informe de algumas linhas, que dá seqüência friamente aos elementos importantes de uma notícia; desenvolvimento, junção do flash e boletim que reconstitui uma série de boletins de forma correta e ampliada. “Devido á diferença de fuso horário, as agências devem transmitir as notícias no mesmo instante em que as recebem, mas de maneira resumida”. (Dantas, p.209). É possível perceber que a Agência de Notícias ou agência noticiosa é, sem dúvida, um empreendimento jornalístico especializado em espalhar informações e notícias diretamente das fontes para os veículos de comunicação. As agências não abastecem diretamente ao público, mas sim para jornais, revistas, rádios, TVs, websites, a chamada mídia, que por isso mesmo proporciona a comunicação entre a fonte e os leitores/espectadores. Com a leitura do texto Agência de noticia pude compreender que as agências podem ser do tipo comercial, que vende os serviços e obtém lucro, ou cooperativas, constituídas de diversos órgãos de informação integradas para compartilhar e assim aumentar o volume de notícias circuladas. Também as agências não mandam as notícias prontas, elas vêm de maneira impessoal porque cada empresa tem uma linha editorial. Portanto, o recurso utilizado pelas agências de notícias permite aos jornais e outros veículos fornecerem prontamente informações sobre países onde eles não têm correspondentes, ou sobre fatos que não têm meios de apurarem por si mesmos. Considerei o texto bastante interessante, de fácil compreensão, tendo o autor colocado com clareza o seu ponto de vista e de vários outros autores quanto às agências. É importante que estejamos abertos para a discussão desse tema, pois a agência de notícias é exatamente o jornalismo na mais alta velocidade.

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