terça-feira, 25 de novembro de 2008

As Agências de Notícias

ERBOLATO, Mário L. Técnicas de Codificação em Jornalismo: Redação, Captação e Edição no Jornal Diário. 5 ed. Ática, São Paulo, 2006 – cap. 10 Mário Erbolato ingressou no Diário do Povo em 1936, em Campinas/SP, onde ficou até 1960. Dez anos depois, com o início do curso de Comunicação Social da Pontífica Universidade Católica de Campinas (PUCCAMP), Mário Erbolato assumiu a cátedra e foi titular de várias disciplinas. O capítulo da obra supracitada, com o título de “Agências”, traz um breve perfil deste meio de comunicação indireto, as agências de notícias. Resumindo o assunto estudado, o desenvolvimento dos meios de comunicação veio facilitar aos jornais, a publicação limitada às possibilidades do tempo e do espaço, de milhares de notícias referentes ao país e ao mundo. Se um fato relevante ocorrer imprevisivelmente em qualquer região que não figure constantemente na imprensa, logo chega às redações os primeiros informes do ocorrido. Para tanto, existe um custo e a solução é pagar, para essas agências, as notícias que forem de interesse do veículo. Para Domenico de Gregório, as agências de imprensa nasceram diante da impossibilidade de cada jornal manter correspondentes pelo mundo e disponibilizar recursos de trabalho para os repórteres. Podemos afirmar que a agência de notícias é exatamente o jornalismo em alta velocidade. Enquanto não fosse descoberta a eletricidade, só restava a telegrafia ótica para gerar as notícias pelas agências. Está registrado nos livros e na história, o surgimento das primeiras agências de notícias espalhadas pelo globo terrestre. A primeira agência de notícia do mundo surgiu através de Charles Havas, um francês que organizou a estrutura que se tem registro. As informações procediam de diversas cidades européias e, logo após eram distribuídas do correio ordinário aos assinantes que, inicialmente, não eram jornais e sim financistas, diplomatas e comerciantes. A UNESCO define agência de notícia como empresa que tem principalmente por objeto, qualquer que seja sua forma jurídica, obter notícias e documentação de atualidades, que sirvam para exprimir ou representar os fatos, distribuindo-os a um conjunto de empresas de informação e a particulares, mediante o pagamento de determinada importância, de acordo com as leis e usos comerciais, sempre à base de um serviço mais completo e imparcial possível. As agências mundiais registradas são a United Press International (UPI), France Press (AFP), Reuters (R), Associated Press (AP) e a Telegrafnoie Agentstvo Sovietskogo Soyuza (TASS). Para ser enquadrada como mundial, as agências precisam ter uma rede de correspondentes, redação central e bastante capital, suporte técnico e administrativo. Elas se classificam em: a) agências particulares, seguidas por iniciativa não-oficial; b) cooperativas, que são os consórcios com vários jornais; c) estatais; d) gerais, que divulgam diversos assuntos; e) especializadas; f) de atualidades fotográficas, trabalham somente com fotos; g) de artigos; h) de notícias nacionais; i) e de notícias internacionais. O processo da informação contemporânea procede da seguinte forma: o fato em si; a apuração do repórter; transmissão das informações; redação do telegrama, onde o texto passa a ser formulado; distribuição da matéria; recepção pelos jornais; difusão da informação com o público; e a reação dos leitores diante ao impacto. Os despachos ocorrem, geralmente, da seguinte maneira: um flash de poucas palavras, depois um boletim com algumas linhas a mais de informações e o desenvolvimento e construção das idéias e fatos apurados e devidamente redigidos. As principais idéias do autor são percebíveis quando ele expõe todo o processo de construção das agências de notícias, desde a sua contextualização histórica até o processo de trabalho deste meio de comunicação. Erbolato constrói a sua narrativa com base em pesquisas de autores nacionais e internacionais para transparecer as mensagens que ele quer deixar ao seu leitor. A agência de notícia, para o autor, surgiu para auxiliar na disseminação da informação mundial através da reprodução de textos jornalísticos. Através da leitura do capítulo, são percebíveis as qualidades e quantidade de informações simples e direta sobre o meio. Em seu texto ele reproduz a contextualização histórica para deixar o receptor informado quanto ao espaço de tempo e condições de atividade das agências. A mensagem é que, sem as agências, ficaria impossível perpetuar as informações mundiais, nacionais e locais para diversos veículos de comunicação do planeta, uma vez que Erbolato deixa perceber que a velocidade, a necessidade de informar, os custos de produção e compra/venda de materiais são ideais seguidos pelas agências de notícias de quaisquer lugares da Terra. Crítica do Resenhista. O autor foi contundente no que se refere aos seus posicionamentos, valorizando mais a forma estrutural da agência e da notícia que ela produz. Mas ele deixou de expor exemplos mais específicos no final do capítulo de estudo, sendo perspicaz ao apenas relatar como as agências trabalham e não determinando as formas de trabalho da mesma, ou seja, exemplificar o que seria um texto tipo flash, boletim e/ou matéria redigida, pois o público leitor pode não saber a diferença, e o exemplo específico possibilitaria uma melhor definição breve relatada por Erbolato. Apesar dos estudos serem em menores números quando se refere à pesquisa científica em relação às outras vertentes do jornalismo como, a prática do rádio, jornal e televisão, o autor conseguiu reunir informações precisas e que fazem diminuir dúvidas em relação ao tema “Agências” ou mesmo gerar conhecimento acima do que foi lido. Realmente ele soube trabalhar com as referências escolhidas ou as únicas que ele conseguiu encontrar no mundo científico. É necessário pontuar que a linguagem utilizada pelo autor faz com que a leitura flua sem tantos ou nenhum ruído, porque percebe a utilização coloquial da linguagem para o entendimento do assunto para todo e qualquer interessado no tema. Portanto, conclui-se que Mário Erbolato conseguiu gerenciar o contexto que envolve a história, o trabalho e a necessidade para que as agências de notícias estejam atuando, pois através delas é possível a facilitação de informações diversificadas e independente do local onde possa estar ocorrendo determinado acontecimento. É um texto que, na opinião aqui explícita, mostra a realidade do processo de instalação e especificação das agências e que, serve também como indicação de leitura a todos os estudantes dos cursos de comunicação social na sua ampla área de estudo e prática. Sem alijar ainda os profissionais atuantes que precisam estar em processo de constante de absorção de conhecimento e, por conseguinte, se manter no mercado de comunicação.

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