terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Editorial- A memória é uma ilha de edição

Vendo a tragédia de enchente no Estado de Santa Catarina pela TV, pelos jornais, não chega aos meus olhos ou a meus sentimentos se quer a metade do sofrimento e do pavor que as milhares de famílias que residem no estado, estão vivenciando. É impossível traduzir com palavras cada momento de tristeza e aflição daquela multidão de pessoas. Assim eu faço a mesma pergunta chichê: O que será que está acontecendo com o mundo? São desastres naturais, acidentes, atos de violência, repressão e guerras que assolam a todo o momento o nosso planeta.
Cada minuto em algum lugar do mundo, tem sempre alguém sofrendo, passando fome, doente, machucado e vivendo sem nenhuma esperança, sem a capacidade de sonhar. Vejo os rostos pela tv, muitas histórias e lágrimas e mais lágrimas, Vejo os furações, terremotos, enchentes e só consigo perceber a idéia de como o ser humano simplesmente se resume ao nada. Nada que dure para sempre, ou que possa ser eternizado com beleza, juventude, dinheiro ou prazer.
Somos apenas uma pequena parte desse enorme quebra-cabeças que é a vida. Daí novamente eu faço mais uma pergunta que nem os mais sábios cientistas ou religiosos conseguem responder com clareza: afinal o que é a vida? De que valem os sonhos as conquistas, se no final tudo vai acabar mesmo? De uma maneira simples ou de repente trágica... tudo algum dia vai ter que acabar.Mas se pensarmos na chegada deste dia, vamos definitivamente enlouquecer. Viver em função de nossos medos, nossos traumas, também não é um hábito nada saudável.
Vamos tentar pelo menos ser mais humildes, menos egoístas e tentar olhar para o nosso próximo como retrato, como espelho de nós mesmos. Um dia estamos em nossas casas, abrigados, alimentados, aquecidos e felizes... outro dia também podemos estar como os moradores de Santa Catarina, ou em qualquer outro lugar, sendo vítima de alguma tragédia ou de alguma mazela social ou natural.
Podemos em algum momento talvez, estar com frio, com fome, sem a nossa família, sem as nossas casas e sem a simples esperança de continuar a viver. Tudo é tão incerto, tão volúvel nessa difícil jornada.
Temos que acompanhar os jornais, as notícias, de forma que em cada fato, possamos nos enxergar, ver que nada valem o orgulho, o egoísmo, a vingança nessa aventura louca e voraz . Vamos ajudar a nossa raça, a nossa espécie para que ela não se perca, e possa se perpetuar nas gerações de nossos filhos e nossos netos. Ser solidários e estender a mão para ajudar nossos semelhantes.
Procurar tornar a vida mais simples é algo fundamental para poder buscar algumas respostas e tentar um recomeço. Cada momento que passamos são apenas parte um ciclo que precisa ser renovado e cultivado com bons sentimentos boas vibrações.
A dor da tristeza de uma perda, de uma derrota, talvez nem o tempo consiga apagar. O único caminho sem dúvida é procurar juntar os cacos, colar os pedaços e seguir, a procura de respostas e de soluções, estas que sempre partem de uma decisão superior.

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